FONTE: http://alexandreronald.com
CASTELO SE DEFENDE
Clodoaldo Correa
Embora tenha prometido uma coletiva de imprensa para se defender
de todas as acusações que lhe estão sendo imputadas, o ex-prefeito João Castelo
(PSDB) preferiu conceder uma entrevista ao Jornal Pequeno publicada neste
domingo (3).
Pagamento dos servidores
“No
último ano de mandato enfrentei problemas sérios de queda na receita da
prefeitura, mas nem por isso sacrifiquei o funcionalismo. Entre o final de
novembro e o dia 20 de dezembro de 2012, mesmo diante de tantas dificuldades de
caixa, paguei duas folhas que juntas somavam mais de R$ 120 milhões. Por lei, a
prefeitura poderia pagar o mês de dezembro até o quinto dia útil de janeiro. E,
apesar de todo o esforço da nossa equipe de governo, não havia recursos
suficientes em caixa”
Porque priorizou pagar alguns
fornecedores
“Acontece
que a prefeitura tinha compromissos também com empresas prestadoras de serviços
que faziam a máquina municipal andar, que tocavam obras. Os recursos
disponíveis eram insuficientes para pagar a folha de R$ 64 milhões em dezembro.
Havia uma estimativa inicial de receita para dezembro, mas infelizmente ela foi
muito aquém do esperado. Somente agora em janeiro de 2013 se confirmou uma
receita de R$ 42 milhões de ISS”.
Material abandonado no depósito
da Semed
“Maldosamente
não disseram também que os uniformes escolares só poderiam ser entregues quando
do início do primeiro semestre letivo de 2013. Logo eu, o prefeito que criou o
programa do leite e do fardamento gratuito, iria deixar criminosamente blusas,
calças, mochilas e sapatos estragarem em depósito? Isso não faz o menor
sentido. O que eles escondem da opinião pública é que esse fardamento não
poderia ser entregue em período vedado pela Justiça Eleitoral. Os ônibus
exibidos na reportagem foram doados pelo MEC no Programa Caminho da Escola e
emplacados ainda no primeiro semestre do ano passado. Eles estão em perfeito
estado de funcionamento e para continuarem rodando na atual gestão é só
abastecer e contratar o motorista. Além disso, em longo processo de
financiamento junto ao Banco do Brasil, conseguimos aprovar o limite de crédito
para a aquisição de 15 ônibus novos, mas, infelizmente, não pudemos assinar o
contrato por causa do período de vedação eleitoral”.
Sucateamento das ambulâncias da
SAMU
“Isso
foi um problema isolado já no final do meu mandato, que enfrentou toda sorte de
aleivosias patrocinadas pela equipe da SAMU em meio ao período eleitoral de
2012, inclusive greve e sabotagem dos serviços. Mas o problema é mais complexo.
Desde o início da gestão identifiquei problemas sérios de gerenciamento de
rubricas e recursos na área da saúde, que engessavam e enfraqueciam a máquina
municipal. As dificuldades se cruzam no caminho e quem paga por isso é o
usuário do sistema de saúde. E por isso mesmo decidimos mudar de forma
planejada e eficiente. Então, contratamos a renomada Fundação Getúlio Vargas
para fazer uma consultoria ampla, capaz de nos apresentar um novo modelo de
gestão da saúde no município de São Luís. Foi sem dúvida uma decisão acertada.
A conclusão do trabalho, intitulada “Projeto de Reestruturação da Rede de
Atenção à Saúde em São Luís”, foi apresentada recentemente pelo médico Leonardo
Justin Carap e recebida com bons olhos por todos aqueles que tratam o tema com
bons olhos”.
R$ 800 milhões deixados em
restos a pagar
“No
meu último ano de mandato o que se percebeu claramente foi um furo de receita
estimada, ou receita orçada, que era de R$ 2,6 bilhões. O que se confirmou na
prática foi uma arrecadação real, no ano, de R$ 1,8 bilhão, deixando um furo de
receita na ordem de R$ 700 milhões para o município. Isso o atual prefeito, ou
por falta de conhecimento ou má-fé, não revela. Portanto, havia uma previsão de
receita que, se configurada, não deixaria um centavo sequer de restos a pagar
para o meu sucessor”.
Contratação irregular da
Pavetec
“Esse
é um processo que se arrasta desde 2009, não se trata de algo novo. É uma ação
que deriva da discussão quanto ao estado de emergência decretado naquele ano,
quando São Luís foi acometida pelo período chuvoso mais rigoroso dos últimos 40
anos, um verdadeiro dilúvio que também causou grandes estragos no interior do
estado. Tanto que os municípios de São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa
também decretaram estado de emergência. Em virtude disso, a Prefeitura fez
contratações dentro dos procedimentos legais, de forma transparente para
recuperar a cidade, que estava totalmente destruída. Contratações essas que
passaram a ser motivo de questionamento pelo Ministério Público, que é sabedor
que naquela época se vivia um momento tão caótico, que motivou inclusive a
vinda do presidente Lula ao Maranhão. Quanto à decisão inicial da Justiça, não
vou entrar no mérito agora”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em nosso blog.