terça-feira, 12 de março de 2013

Flávio Dino ainda não morreu politicamente, mas não faltam viúvas na oposição autoritária.



Não beira o ridículo porque se trata de um penamento de origem autoritária, a ideia de que no Maranhão as oposições devam navegar sem as ondas da critica.

 Assim pregavam também os comunistas brasileiros, que tinham como reacionárias as críticas ao totalitarismo que reinava com mão de ferro na então União Soviética. Ou como ainda fazem os fascistas que idolatram o sistema hereditário que governa Cuba com mão não menos de ferro.
 
As esquerdas exigem cúmplices, não aliados, afinal, aliados têm o direito de criticar em qualquer democracia que mereça esse nome.
 
Mas, o que causou a ira dos puxa-sacos e dos analfabetos funcionais? Bem, uma conversa informal, na qual uma ex-integrante do PPS tocou na onça com vara curta: a oposição maranhense não tem projeto para o Estado.
 
Houve – acreditem, é verdade! – quem considerasse a cobrança uma maldade, afinal o grupo que se encontra no poder também não o tem.
 
Uma pérola, não? E aí está dito tudo: o negócio é chegar ao poder.
 
Essa conversa de projeto só atrapalha. Não disse que o pensamento dessa gente tem origem no autoritarismo?
 
Acontece, que estamos (pelo menos ainda) numa democracia. A não ser que alguém queira ganhar o poder com porretes, facas e tiros, não há necessidade de apresentar ao eleitor um projeto para o Maranhão.
 
O que também já diz muito: essa turma quer passar a usar o bigode do Sarney, se é que me faço entender.
 
Outra marca do autoritarismo dessa gente: quem não estiver com Flávio Dino (PCdoB), e dou nome aos bois porque todos os que se manifestaram citaram o nome do comunista, está com o Sarney.
 
É a tática de quem tenta encurralar adversários políticos. É o jogo de quem só se sente satisfeito com a interdição do discurso de quem não o acompanha como vaca de presépio.
 
Não acredito que tal gente tenha algo melhor a oferecer aos maranhenses.
 
Práticas políticas condenáveis levam a governos igualmente reprováveis. Como vocês sabem, não sou adepto de que os fins justificam os meios.
 
O engraçado é que essa gente se autodenomina porta-voz do povo.
 
É mesmo? Que bacana.
 
Vamos ver se eles entendem mesmo de povo.
 
Um dos defensores de Dino disse que só há um projeto para o Maranhão, e que os mais pobres sabem disso. Sabem?

Como, então, desde que o Brasil retornou à democracia e pôde eleger, por exemplo, seus senadores e governadores, os mais pobres vêm optando por eleger quem se encontra no poder no Maranhão?

Bem, seguindo esse raciocínio torto o povo mais pobre sabe o que faz, não é mesmo?
 
Outra bobagem com fumos de intelectualidade (mas, na verdade, coisa de intelectualoide) é esta: a nossa pobreza é fruto da falta de alternância de poder.
 
Eu sou a favor da alternância de poder, já que sou um democrata, mas não me custa desmistificar essa tolice. Quer dizer que ditaduras não conseguem atingir bons índices sociais?
 
Em Cuba há desde 59 uma ditadura virulenta, comandada por uma única família, a dos Castro, quer dizer que por lá não houve avanço algum em determinados índices sociais?
 
O agora múmia Hugo Chávez esteve no poder por 14 anos e tinha projeto para nunca mais largar o osso, isso quer dizer que na Venezuela não foram obtidos bons índices sociais em determinadas áreas?
 
Tragamos a confusão intelectual dessa gente para o Brasil.
 
O PT vai para 11 anos no poder e, conforme tudo indica, a não ser que o maquinista perca o controle, deverá ir para 16 anos. Isso é bom ou ruim?
 
É ruim porque o PT não é um partido de gente virtuosa quando o assunto é dinheiro público ou a manutenção das instituições democráticas. Mesmo com tudo isso, a população brasileira vota no PT.
 
Devemos negar ou desqualificar a democracia brasileira? Jamais, devemos, isso, sim, fortalecê-la sempre e mais, inclusive para afastar o PT do poder.
 
O PSDB deve ter já uns 20 anos no comando do governo de São Paulo. E se a população achar que, democraticamente, deve manter o partido no poder? Bem, não serei eu a jogar pedra.
 
A questão, é sempre bom esclarecer quando o intelectualismo caboclo está no meio da discussão, é que todo partido político existe para lutar e conseguir o poder, ou não é partido político.

Basta seguir as regras da democracia. 

E, ao chegar no poder, não traí-las. Agora, quem defende que os fins justificam os meios não tem como falar em mudança, e, se falar, não tenham dúvidas, vai fazer igual, ou mesmo pior, aos que combatia. Não falha. É batata.
 
Bom, deixemos a conversa fiada dos puxa-sacos e as teorias tortas dos analfabetos funcionais e perguntemos: quem diz querer um Maranhão diferente e fala em mudanças ganhou de quem o direito de ter as mesmas práticas de quem vive a condenar?
 
De Deus? É um ungido?
 
Sim, só pode ser, afinal tem de ser considerado, conforme o pensamento não-sofisticado da turma, um intocável.
 
Para desgraça e tristeza dos autoritários, a democracia desconhece ungidos.
 
E quem entra para a chamada vida pública está sujeito às regras da vida pública.
 
Agora vejam bem, como posso acreditar na bondade quase religiosa desses salvadores da Pátria, se eles não aceitam um dos itens fundamentais da democracia que é o direito à crítica?
 
Uma coisa é certa: eles podem emparedar gente do miolo mole.
 
A mim, jamais. Eu continuo seguro de minha frase: ser ou passar por anti-sarneísta não é atestado de bons antecedentes.

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